Opinião: Foi com muito entusiasmo que recebi a notícia de que este livro iria ser editado em Portugal, têm falado já tanto nele em blogs brasileiros que honestamente já tive para lê-lo mais do que uma vez, mas ainda não tinha surgido a oportunidade e ainda bem! O silêncio das águas é o terceiro livro da série "Elementos" mas pelo que andei a ver podem ser todos lidos de forma independente, embora pessoalmente tenha preferido começar com o primeiro da série, mas não sei bem porquê mas este é que foi o primeiro a ser editado pela Editorial Presença

     Este livro conta-nos a história de Maggie uma jovem que aos seus 10 anos vê a sua voz roubada após viver uma das cenas mais traumáticas e certamente que aterrorizantes da sua vida. Após esse acontecimento, Lil fica incapaz de pronunciar seja o que for e acaba por expressar-se unicamente por gestos ou pela escrita e passa a viver numa pequena bolha dentro da sua casa, o seu refúgio são os muitos livros que preenchem as suas prateleiras e algumas visitas bem recorrentes do seu amigo e crush de infância: o Brooks.

      O ponto de partida do livro é este e a partir daqui tudo o que vemos no livro são as escolhas que a Maggie consegue fazer mediante a sua condição e ansiedade perante o exterior, assim como o crescer e evoluir da amizade dela com Brooks que é uma coisa para lá de maravilhosa. É daquelas amizades que até dá gosto ler e que nos faz fazer figas durante o livro todo para que as coisas corram da forma certa e que os personagens merecem.

     Por falar em personagens, esse é decerto um dos pontos mais fortes e que contribuem em muito para este livro ser tão bom quanto foi porque estas foram de facto bem construídas e a autora esmerou-se mesmo em nos dar a conhecer a forma como não só as principais, mas algumas das personagens secundárias também estavam a conseguir lidar e gerir aquilo que aconteceu com a Maggie e a forma como a veio a moldar na sua adolescência e posteriormente, idade adulta.

      Não é coisa que aconteça facilmente comigo, mas este livro ainda me deixou com as lágrimas nos olhos e com um enorme aperto no peito em algumas passagens o que por si só é sempre bom sinal porque significa que a autora conseguir fazer mais que bem o seu trabalho.

      A escrita da Brittainy é algo que joga bastante a seu favor, é bem simples, fluída e é narrada na primeira pessoa, indo intercalando entre a Maggie e o Brooks, o que os torna ainda mais próximos do leitor e faz com que estejamos na mente deles a cada passo que eles dão.

      A mensagem mais importante que retenho desta leitura é que antes de amarmos alguém, temos que nos amar a nós mesmos com todas as qualidades mas também defeitos que acarretamos. Somos todos seres individuais e diferentes uns dos outros, por isso há que aceitar isso. Ninguém consegue manter ninguém ao seu lado e amar esse alguém plenamente, sem primeiro estar em paz consigo.

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