Opinião | Vox - Christina Dalcher


Título: Vox
Autora: Chrisina Dalcher
Editora: Topseller
Edição/reimpressão: 2019
ISBN:  9789898917584
Páginas: 304
Sinopse: "Estados Unidos da América. Um país orgulhoso de ser a pátria da liberdade e que faz disso bandeira. É por isso que tantas mulheres, como a Dra. Jean McClellan, nunca acreditaram que essas liberdades lhes pudessem ser retiradas. Nem as palavras dos políticos nem os avisos dos críticos as preparavam para isso. Pensavam: «Não. Isso aqui não pode acontecer.»
Mas aconteceu. Os americanos foram às urnas e escolheram um demagogo. Um homem que, à frente do governo, decretou que as mulheres não podem dizer mais do que 100 palavras por dia. Até as crianças. Até a filha de Jean, Sonia. Cada palavra a mais é recompensada com um choque elétrico, cortesia de uma pulseira obrigatória.
E isto é apenas o início."

Opinião: Este livro conta-nos a história de Jean que vive num mundo com ideias ligeiramente diferentes daquelas que nós temos atualmente, mas que depressa nos faz levantar uma série questões sobre a nossa atualidade e se realmente estamos todos a rumar para o sítio certo ou não, mas honestamente quero acreditar que sim, que cada vez estamos mais próximos de conseguir a igualdade de género por que tanto temos lutado. 
   Em Vox, um romance distópico, são os homens quem comandam tudo. As mulheres estão destinadas a falar apenas 100 palavras por dia, tendo um contador no pulso que serve para manter isso sob control e que servirá de forma punitiva se elas ultrapassarem esse limite de palavras. Toda a população deixou-se acreditar por ideologias religiosas e fazem-se reger por essas mesmas ideias, por isso imaginem só um mundo onde somente os homens trabalham, falam e estão à vontade deles e onde as mulheres servem apenas para ter filhos, tomar conta da casa e nem têm direito a socializar minimamente? Parece difícil de acreditar e torna-se difícil de digerir tudo isto ao longo de toda a história. 
   Jean, é uma mulher revolucionária e pouco conformada com a situação que lhe foi imposta, atualmente tem quatro filhos: dois gêmeos, o Steven que é o mais velho e a mais nova, Sonia, também ela já com um contador no pulso. O marido de Patrick soou-me demasiado apático durante quase toda a história, o que confesso me ter dado uns nervos de morte e depois do nada resolve acordar para a vida lá para o fim da história e dar o ar de sua graça.
    Jean outrora cientista, é convidada pelo governo a trabalhar com uma equipa a fim de descobrir a cura para algo que ela já tinha trabalhado antes, ela pondera bastante na questão, mas os benefícios são tão bons que torna-se quase impossível recusar tal oferta, principalmente se esta incluir deixar de ter um limite de palavras por dia. 
   A dada altura o livro teve detalhes que achei desnecessários, principalmente porque estes se focavam em questões da pesquisa que eles estavam a desenvolver e achei os detalhes em si foram só uma forma de encher páginas, assim como o romance que a dada altura também se revelou excessivo. Sou fã assumida de livros com romances à mistura, mas achei que este livro perdeu um bocadinho o fio condutor quando se estendeu demasiado na vida extra conjugal de Jean e a forma como o marido descobriu e percebeu tudo, nossa senhora, é simples demais e banal demais para ser verdade.
    Este livro, embora com alguns detalhes que não me fizeram dar-lhe as 5 estrelas e adorá-lo tanto quanto eu queria, é e deve ser recomendado para a leitura de qualquer um porque levanta questões muito pertinentes e tem uma mensagem muito poderosa. Faz-nos repensar no quão importante é a comunicação e o que faríamos se de um momento para o outro fossemos privados de tal coisa e de expor as nossas vontades e opiniões sem receios, limitando-nos a seguir o rebanho. 
   O final do livro foi muito mediano, senti que naquelas ultimas 50 páginas aconteceu tudo muito rápido e que aquele final foi só uma forma heróica de facilitar o rumo das vidas dos restantes protagonistas. Funcionou, é um facto, mas não impressionou.

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