Opinião | O fruto proibido - Jodi Ellen Malpas

Olá! Portanto, uma vez começado o ano de 2018, é tempo de começar a partilhar as opiniões dos livros lidos para ver se é desta que as opiniões se vão mantendo mais ou menos em ordem. Comecei o ano de 2018 com uma novidade bem fresquinha, tinha mesmo que ser!

Título: O fruto proibido
Autora: Jodi Ellen Malpas
Editora: Planeta
Edição/reimpressão: 2018
ISBN: 9789897770043
Páginas: 368
Sinopse: "O que fazer quando não conseguimos controlar os nossos sentimentos por alguém?Quando sabemos que não devemos ir por aí? Nem na nossa cabeça?
Annie nunca tinha sentido com nenhum homem essa espécie de química instantânea que nos corta a respiração e ofusca. Até que, numa noite de festa com os amigos, a põe cara a cara com o sexy e misterioso Jack.
Não é uma simples faísca que salta entre os dois. É uma explosão. Jack promete dominar Annie, e cumpre a promessa. Perturbada pela intensidade do encontro, Annie foge do quarto de hotel onde passaram a noite juntos. Tem a certeza de que um homem que teve um tão forte impacto nela e a vergou tão facilmente à sua vontade só pode ser perigoso. Mas já está demasiado envolvida.
E Jack não é só perigoso. É proibido."

Opinião: Este livro conta-nos a história de Annie, uma jovem de 29 anos que é arquitecta e que vive muito em prol do trabalho, uma vez que esta ambiciona alcançar uma carreira sólida e estável, coisa que claramente não é fácil para um mulher na sua idade e na área profissional. Annie acabou de mudar-se para a sua nova casa e tudo o que quer é aproveitar a vida mas sem qualquer relacionamento amoroso à mistura, sendo ela aquela mulher que afirma nunca ter sentido aquele grande interesse por alguém, nem tão pouco uma conexão forte com alguém do sexo oposto por isso vai vivendo conforme se proporciona sem se agarrar demasiado a nenhum homem.
    Annie é tudo aquilo a que podemos chamar de uma mulher com a cabeça no devido lugar: ponderada, responsável e independente. Até ao dia em que resolve (embora não sabendo bem como nem porquê) atirar-se de cabeça e embarcar numa aventura de uma noite com um estranho que conhece num bar – Jack. Jack não revela muito sobre si a Annie nessa mesma noite, mas a conexão e química que ambos partilham desde o início é forte demais para o bem de ambos a pontos de simplesmente não poder ser ignorada. Nem mesmo por alguém tão racional como a Annie.
      Esta história de amor desenrola-se a partir daqui, mas depois por obra do destino os dois voltam a reencontrar-se mas numa situação algo constrangedora que acaba por revelar mais sobre a vida de Jack do que aquilo que ele próprio quis fazer. Ele deve ser claramente encarado como um fruto proibido (o título do livro não podia adequar-se melhor à história) e terreno a não ser pisado por nenhuma mulher, nem mesmo pela Annie, mas uma vez pisado a vontade de seguir em frente e continuar a explorar fala sempre mais alto, por mais que a sua consciência lhe grite constantemente o quão errado isso é. Por motivos de força maior, os dois continuam a ter que encontrar-se e a ser postos constantemente à prova por quererem tanto uma coisa que não deve, de todo, repetir-se.
     Mas já um velho ditado diz que água mole em pedra dura tanto bate até que fura e é precisamente isso que acaba por acontecer com Annie e Jack que acabam por ceder ao que tanto anseiam e vêem-se os dois embrulhados numa teia de problemas que vão ser mais difíceis de resolver do que aquilo que ambos gostariam. Gostei muito do facto da autora nos dar uma pitada do ponto de vista dos amigos de Annie sobre aquilo que estava a acontecer na vida dela ao envolver-se com Jack, contudo gostaria de ter tido também a oportunidade de saber a opinião dos amigos de Jack uma vez que é ele quem tinha a vida condicionada por vários motivos. É complicado explicar isto sem revelar demasiado porque o elemento surpresa é quase que a palavra chave desta leitura, acreditem em mim.
     Jack rapidamente se revela mais do que um homem bem-sucedido, bonito e charmoso, ele tem uma vertente emocional bem vincada e leva uma vida nada feliz e Annie foi como que um dia de Sol depois de tantos dias de puro Inverno. Por isso, achei que a autora esteve muito bem na criação destas personagens tão humanas e com sentimentos tão à flor da pele e muitas vezes com decisões tão difíceis em mãos.
     A verdade é que gostei imenso deste romance, desde a nota inicial da autora que percebi que iria estar perante um romance que iria gerar alguma polémica no sentido em que aborda uma questão bem delicada. É uma realidade que acontece algumas vezes (não devia acontecer nenhuma, é um facto) e a verdade é que a autora optou por meter uma grande camada emocional no protagonista masculino para tornar o que aconteceu mais aceitável, que não é efetivamente, mas aconteceu é um facto. E eu sou da opinião que quando uma pessoa não está bem deve procurar ficar melhor porque viver infeliz não deve ser opção para ninguém, mas algumas pessoas acabam por acomodar-se e deixam o barco andar.
     Claro que é um romance cheio de clichés, mas não deixa de ser uma boa leitura para quem gosta de algo do género, mais leve. Aquela parte final é que foi mais para o dramática do que aquilo que era necessário porque juntou demasiados acontecimentos dramáticos num curto espaço de tempo para o meu gosto, mas romance que é romance pede um bocadinho disso, não é?
   A Jodi Ellen Malpas tem vindo a mostrar grandes melhorias na sua escrita e até mesmo na construção das personagens e histórias que cada vez começam a ser mais consistentes. Se detestei o primeiro livro que li dela (O Amante, da série "Este Homem"), tenho a dizer que tenho vindo a ficar cada vez mais fã à medida que vou lendo os seus trabalhos mais recentes publicados por cá.
      Foi uma boa maneira de começar este ano de 2018, sobre isso não tenho qualquer dúvidas"
"Olham os dois para mim, desconfiados, e com toda a razão. A minha voz não é de quem está bem, e o meu ar com certeza também não. A minha existência estável e controlada foi abalada até ao âmago, e estou assustada. Mais assustado do que fiquei pela esmagadora conexão que tivemos.
Porque toda a gente quer o que não pode ter."
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